Ânfora Vermelha 200 anos planetários ou, datação por carbono
Gabriela Batista x Amarello
A ânfora, o náufrago e o molusco, - esse, que abrigado, evoluiu em adaptabilidade ao meio e, na relatividade do tempo. Quando jovem, uma ânfora molusco, ainda que envolvida por uma certa timidez desajeitada, já é possível observar sinais de sua potência corpórea ao despontar o início de suas futuras alças; essas que, por sua vez, foram desenvolvidas em colaboração com os humanos, quando seus antepassados ainda habitavam o meio terrestre. Nessa coleção de espécimes aqui apresentada podemos observar os diferentes estágios durante seu curso natural de crescimento. Hoje, relatam os robôs mergulhadores das zonas abissais que, crustáceos gigantes em duplas as carregam, e, dentro delas, um farto berçário que lhes serve de alimento. Essa narrativa é, antes de tudo, uma homenagem a esse objeto que por milênios não nega a sua perfeição gentil em colaborar no coletivo.
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Materiais: Cerâmica esmaltada.
- Peça única
Sobre a Artista: Gabriela Batista é artista visual, designer e pesquisadora. Com sede no Rio de Janeiro, seu interesse parte da observação cuidadosa sobre a impermanência e a mutação das formas que coexistem na intensa vida dos biomas, traçando paralelos com temas de interesse ligados a cosmologia, ciências e antropologia.
"Perceber a natureza como fonte fundamental de conhecimento está diretamente relacionada à capacidade e qualidade da atenção para observar o entorno, e, mais do que isso, a capacidade de - nos - perceber natureza. Reaproximar esses mundos os tornando visíveis e imageticamente integrados aos ambientes urbanos é um pouco mágico, como uma inspiração, não a criativa não, aquela que por bem denota inalar, respirar consciente e manter-se vivo."